TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA
Da obra «Poemas de Amor e Dúvida», Livraria Portugália, Lisboa,1941, retiramos este poema de António Vieira Lisboa, um poeta esquecido e que Ponte de Lima, teima em deixar que esse esquecimento se vá tornando perpétuo.
Nem o poeta merece esta indiferença, nem a comunidade Limiana tem o direito de permitir este abandono a que tem sido sujeito.
A... (neta de bandeirante) De que país estranho és Tu que a gente treme involuntariamente ao ver Tua figura? De que raça provéns sem traço algum extreme? A Tua mãe é Selva e Teu pai Aventura. Destino horrível em teus olhos trazes... olhos que vêem através da Selva. Penetrantes, de tigre, e verdes como a relva de ignoto oásis. Seu brilho corta, assusta e quási estanca todo o prazer que o Corpo excita em nós. Mas – tão macia e franca – arrasta, encanta e prende a Tua voz. Esse contraste fere a gente em hecatombe... E, o júbilo que sentes, mostras sem sigilo. Mas há de Ti quem zombe, quem Te feriu, em vez de Tu feri-lo. De que país distante ou de que terra esconsa és Tu, maravilhosa criatura? Olhos de tigre, clara a pele, Corpo d’onça a Civilização c’oa Selva se mistura.
Nem o poeta merece esta indiferença, nem a comunidade Limiana tem o direito de permitir este abandono a que tem sido sujeito.
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