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No dia em que Ponte de Lima vai ser invadido por uma multidão de gente vinda de todo o lado para correr com a vaca das cordas, recordo que em tempos mais recuados, esta tradição não era o fenómeno a que assistimos nos dias de hoje. Tal é a sua importância para Ponte de Lima, que o bicho até tem direito a monumento, em local nobre da vila.
No tempo em que os moleiros estavam obrigados a segurar as cordas e conduzi-lo pelas ruas da vila, garantindo desse modo a corrida do animal, a vaca era trazida do alto dos montes do castelo e S. Lourenço, nas freguesias da Ribeira e Gondufe, para onde era recolhido novamente no final da função.
Era presa ás grades da igreja matriz durante o dia para que a rapaziada e demais transeuntes a fossem embravecendo de forma a garantir uma corrida mais espectacular.
Os tempos mudaram, estas obrigações caíram em desuso, e hoje, o animal é adquirido no Ribatejo, por uma Associação, com o poio do município que deste modo contribui para que a tradição não morra.
Neste dia, não posso esquecer duas ou três pessoas, que em dia de Vaca das Cordas, se transformavam em verdadeiros campinos, refiro-me ao “Zé Pilauta”, em tempos mais recuados e mais recentemente, ao “Zé Morais”, o Zé Pequeno, que tanto contribuiu para que a tradição se mantivesse, ajudando o sr. Alcino e que tem sido afastado das luzes da ribalta.
Na verdade ele não era de se chegar à frente para receber louvores ou elogios, mas estava sempre na primeira linha para garantir a tradição ano após ano.
Outra figura era o “Zé Micamé”, que eu admirava na minha infância com a coragem e bravura que demonstrava ao pegar o touro de caras em pleno areal, dando assim um brilho especial à corrida de touros à moda de ponte de Lima.
A todos eles e aos actuais responsáveis pela corrida Ponte de Lima deve uma vénia, pela dedicação e empenho.Etiquetas: Trações, Vaca das Cordas