A TERRA DE PONTE: junho 2008









sábado, 21 de junho de 2008

2ª FEIRA DO CAVALO DE PONTE DE LIMA

Ponte de Lima vai poder ouvir uma das mais belas vozes deste país, no dia 26 de Junho, durante a feira do cavalo.




ACTIVIDADES


- Final da Taça de Portugal de Dressage
- Campeonato Nacional de Equitação de Trabalho
- Campeonato Nacional de Derbys (Atrelagem)
- Campeonato Nacional de Horseball
- Admissão de Garanhões
- Concurso de Modelo e Andamentos
- Baptismo a Cavalo
- Espectáculos equestres
- Exposição de Coudelarias (Criadores de Cavalo Lusitano)
- Exposição de raças autóctones do norte de Portugal
- Exposição de Garranos
- Exposição de criadores espanhóis
- Mostra de produtos regionais
- Animação nocturna


PROGRAMA DE ACTIVIDADES



Quinta-feira, 26 de Junho de 2008


17H00 Abertura Oficial da Feira
22H00 Mariza em Concerto
24H00
Animação Nocturna - DJ Guerra


Sexta-feira, 27 de Junho de 2008


14H00 Final da Taça de Portugal de Dressage
18H00 Lançamento do Livro Coudelaria Ervideira - 120 Anos de História, Edições INAPA
20H00 Equitação de Trabalho (Ensino)
22H00 Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana
24H00 Animação Nocturna - Fados, Los Faltos e DJ Guerra


Sábado, 28 de Junho de 2008


09H00 Final da Taça de Portugal de Dressage
09H00 Admissão de Garanhões (Picadeiro 1)
14H00 Equitação de Trabalho (Maneabilidade)
15H00 Derby de Atrelagem (Alameda de S. João)
16H00 Horseball Nacional e Internacional
20H00 Equitação de Trabalho (Velocidade)
22H00 Apresentação de Coudelarias
22H00 Homenagem a Paulo Mota
24H00 Animação Nocturna - Sevilhanas, Los Faltos e DJ Guerra


Domingo, 29 de Julho de 2008


09H00 Concurso de Modelo e Andamentos
09H00 Derby de Atrelagem (Alameda de S. João)
14H00 Final da Taça de Portugal de Dressage
17H00 Horseball Nacional e Internacional






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POEMA DEDICADO AO AMIGO TEÓFILO CARNEIRO



NA MORTE DO DR. TEÓFILO CARNEIRO


Um companheiro mais que lá se vai...
Um amigo de menos que contamos!
para dentro de nós, na dor,olhamos
o lugar donde a sua vida sai.

Um pesado silencio á volta cai
em que, tremente, a alma esvasiamos
e só então, miséria!, avaliamos
enquanto o amigo morto nos atrai.

A sua morte não separa, une
os corações num elo mais perfeito
e mostra aque a bondade não é vã...

A sua morte, com remorso, pune
o que por Ele deixamos de ter feito
mas por outrem faremos amanhã.


Ponte de Lima, 3 - Agosto de 1949

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quinta-feira, 12 de junho de 2008

BIOGRAFIA DO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA - 40 Anos após a sua morte










ANTÓNIO DA SILVA GOUVEIA VIEIRA LISBOA, filho de António Augusto Vieira Lisboa, gerente do Banco Ultramarino, natural de Ponte de Lima e de Dª Beatriz da Silva Gouveia Vieira Lisboa, natural de Bolama-Guiné, neto paterno de Alfredo Calixto Vieira Lisboa e de Dª Rosa Carolina Vieira Lisboa e materno de António da Silva Gouveia e de Dª Henriqueta Pereira de Gouveia, nasceu em Luanda, na então Província Ultramarina de Angola, ás três horas e vinte minutos da manhã, do dia 20 de Julho de 1907.Foi baptizado no dia 6 de Maio de 1908, na igreja de Nª Sª dos Anjos, na Cidade de Lisboa.Foram padrinhos de baptismo o senhor António Maria Vieira Lisboa, casado, Conselheiro, juiz da Relação de Lisboa e sua esposa, a Sª Dª Margarida Vieira Lisboa, segundos tios do baptizado.A cerimónia foi presidida pelo Revº Prior Francisco Mendes Alçada de Paiva, pároco da Freguesia dos Anjos, na Cidade de Lisboa.António Vieira Lisboa formou-se em Direito.Instalado na sua “Casa da Garrida”, em Ponte de Lima, no termo da freguesia da Ribeira, o advogado poeta, começa a sua criação artística, embalado pela natureza limiana que o inspira de uma forma intensa.Aos 28 de Julho de 1934, casa-se na Conservatória do registo Civil de Ponte de Lima, com Maria Guilhermina Vieira Lisboa, não havendo filhos, o casal acabaria por separar-se, sendo decretado o divórcio no dia 26 de Dezembro de 1944.A Europa vivia mergulhada numa crise profunda decorrente da 2ª Grande Guerra Mundial e do avanço do poderio Alemão, que explorava os povos dos países que capitulavam diante da máquina de guerra do Fuhrer.Decorria o Ano de 1940 e nas oficinas gráficas da “Gazeta dos Caminhos-de-Ferro”, em Lisboa eram impressos os exemplares da sua primeira obra literária, Versos Estranhos, que haveriam de ser editados pela mão da livraria Portugália.No ano seguinte, novamente a livraria Portugália dava à estampa um novo titulo, tratava-se dos Poemas de Amor e dúvida, que foram impressos na gráfica Santelmo, em Lisboa.Os anos seguintes foram de intensa actividade criativa por parte do poeta, publicando sucessivamente em:Em 1942, Mulheres (Versos).Em 1943, Chão de Amor.Em 1944, Teu Corpo Minha Alma.Em 1945, Testamento Sentimental.Em 1946, Bess.De notar, que as publicações de 1944 a 1946, não chegaram a entrar no mercado.Em 9 de Setembro de 1947, o poeta Vieira Lisboa, terminava aquela que haveria de ser a sua última criação literária e nada melhor do que tratar os temas que sempre o inspiraram, a Mulher e o Lima.Ao Longo do Rio Azul, só haveria de ser tornada pública dois anos mais tarde, decorria já o Ano de 1949.Mas António Vieira Lisboa, não viveu encerrado no interior do seu solar da rua do Arrabalde, os amigos eram presença assídua nos almoços e jantares com que presenteava os seus convidados.António Vieira Lisboa foi presidente da Direcção da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, de 1936 a Junho de 1938.Vieira Lisboa, era um amante da sua terra, da gente e das tradições limianas, não esqueçamos, que era na sua “Casa da Garrida”, onde repousava o touro que em véspera de Corpus Christi, haveria de correr na tradicional “Corrida da Vaca das Cordas”.Paralelamente à sua criação literária e intervenção cívica, desenvolveu um importante papel na dinamização da agricultura e indústria local.Vieira Lisboa, nas propriedades que possuía, sobretudo nas freguesias da Ribeira (Quinta dos Fortes, Qt. Bouça, Qt. do Pombal e QTª da Aldeia) e Rebordões (Quinta das Fontes e da Queixadinha), foi pioneiro na introdução de novas práticas agrícolas, bem como na experimentação de novas culturas.Desempenhou um importante papel na actividade industrial do concelho, ao nível da produção e fabrico de azeite.António Vieira Lisboa era um homem bom!As escadas da sua casa da Garrida eram enxameadas por mendigos e pedintes, que aí recorriam para muitas das vezes matarem a fome. Este homem era incapaz de negar a ajuda a quem dele se abeirasse. As crianças, eram a sua alegria e por elas era capaz das maiores loucuras, nunca fez distinção entre os seus meninos e os filhos dos caseiros e demais serviçais.Já acometido pela doença, casou-se no Hospital de Ponte de Lima, no dia 31 de Maio de 1968, com Maria Libânia M. Vieira Lisboa, com quem teve quatro filhos.No dia 13 de Junho de 1968, dia de Santo António, pelas 18 horas, os sinos da matriz de Ponte de Lima, anunciavam a triste notícia do seu falecimento no Hospital da Misericórdia, agastado pela doença, o Homem e o Poeta, haviam-se calado para sempre.Ponte de Lima, via partir tão cedo, uma das vozes que componha o coro daqueles que tão bem souberam cantar o Amor a esta terra.Não me parece que a dor desta perda tenha encontrado eco suficientemente justo na terra que tanto amou no seu lirismo Limiano.Vieira Lisboa, merecia mais e Ponte de Lima, continua a dever-lhe o respeito e o merecido reconhecimento pelo seu mérito.

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terça-feira, 10 de junho de 2008

TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA

Um beijo!

A M. L.


Promessa feita pela Tua boca
-bõca a sorrir de rapariga sã-
mesmo que fôsse uma promessa louca
nunca seria uma promessa vã.

Fiquei, por isso, c’oa cabeça oca
quando-vermelha como uma romã-
fôste dizendo em ar de coisa pouca:
“Sim…dou-te um beijo!...Sim…mas amanhã!”

?Por que motivodesprendeste o encanto
delicioso dessameiga hora
se, se Tu me beijas,amanhã, no entanto?

A felicidade, vai depressa embora…
E já que fazes espera-la tanto
um beijo só não chega p’ra demora.


Versos Estranhos António Vieira Lisboa, p-16

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domingo, 1 de junho de 2008

TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA - 1908 - 1968

LIBERTAÇÃO

Foi-se o prestígio do Teu corpo môço.
Só me prendia a Ti a carne: observo
Mas dessa posse ainda em mim conservo
Tôdo o vestígio que nas veias ouço.

Nada se acaba, extingue de repente.
…! E foram anos de servil ardor!...
Sofri da Tua Carne o Seu explendôr
sem sentir peso… doentiamente.

Anos inteiros, confundiu-me a posse
…Ah muita vez eu tenho o que suponho!...
Ia buscar a ilusão ao sonho…
!? Mas quem o amargo sinta e não adoce?!

É meu olhar mais puro, claro e aberto…
Nenhuma algema agora me acorrenta.
E tudo vive em mim e experimenta
essa alegria e alívio dum liberto.


António Vieira Lisboa
Poema do livro “ MULHERES” 1942, Bertrand- 1942

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TRIBUTO AO POETA ANTÓNIO VIEIRA LISBOA

Com a devida vénia ao jornal Noticias dos Arcos, decidi publicar a opinião do nosso conterrâneo Amândio Sousa Dantas, dada à estampa na secção de opinião “ Singular & Plural” do referido jornal, na edição do dia 31 de Janeiro de 2008.
Também eu comungo da mesma opinião e acho que Ponte de Lima tem uma dívida de gratidão para com o homem e o poeta António Vieira Lisboa.
Por isso, esperemos que se reforce este movimento e que o coro das vozes que reclamam justiça, em nome da memória e da obra do poeta que cantou a mulher e o Lima, se faça ouvir para que os responsáveis pela cultura Limiana, prestem o tributo merecido, a um dos mais originais poetas limianos do Sec.XX.


Singular & Plural

Amândio Sousa Dantas

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António Vieira Lisboa – Um poeta maior esquecido
António Vieira Lisboa nasceu em Luanda em 1907, veio ainda muito novo para Ponte de Lima (terra natal dos seus pais). Aqui morreu em 1968 (na Casa da Garrida). Poeta (maior) injustamente esquecido. Já passaram 100 anos do seu nascimento... A Câmara Municipal de Ponte de Lima, através do sr. Vereador do Pelouro da Cultura e, seria um acto de inteira justiça e homenagem: propor a edição de uma antologia da sua obra... E ao mesmo tempo: davam a conhecer às novas gerações: - uma das vozes mais originais do século XX.
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